Na manhã de domingo, dia 24, a Polícia Federal deflagrou uma ampla operação, denominada Murder Inc., em alusão a uma famosa organização criminosa de Nova York do passado, para atuar em múltiplos mandados relacionados ao caso Marielle Franco. As autoridades cumpriram três mandados de prisão preventiva e doze de busca e apreensão, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, focando em suspeitos de envolvimento nos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em março de 2018, na cidade do Rio de Janeiro.
A operação contou com a colaboração da Procuradoria-Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre outros. Entre os detidos estão figuras notáveis como Domingos Brazão, membro do Tribunal de Contas do Estado, o deputado Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. Os Brazão são suspeitos de serem os mandantes do crime, enquanto Barbosa é acusado de orquestrar o ato.
Investigações apontam que a execução de Marielle Franco estaria ligada a disputas territoriais influenciadas por milícias no Rio, contrariando os interesses dos irmãos Brazão. Segundo o inquérito, a vereadora defendia o uso social das terras em questão, o que se opunha aos planos dos Brazão. O relatório destaca a manipulação de Barbosa nas investigações, visando proteger os executores e desviar o foco dos verdadeiros mandantes.
O ministro da Justiça e o Diretor-Geral da Polícia Federal ressaltaram a importância da operação como um marco contra a impunidade no Brasil, apesar de não descartarem futuros desdobramentos na investigação. As famílias das vítimas expressaram tanto alívio quanto choque com os envolvimentos revelados, especialmente a participação de autoridades que inicialmente se apresentaram como aliadas.
Em resposta aos acontecimentos, o União Brasil anunciou a expulsão imediata de Chiquinho Brazão, reiterando o repúdio do partido a qualquer forma de crime. A defesa de Domingos Brazão alega sua inocência, enquanto a de Rivaldo Barbosa ainda não se manifestou. Outros envolvidos serão monitorados eletronicamente, incluindo figuras ligadas à polícia civil do estado.
Este caso reacende discussões sobre a integridade das instituições e a urgência em solucionar crimes de grande repercussão social, reforçando o compromisso das autoridades com a justiça e a transparência.