Perigo Oculto no Pão de Forma: Níveis de Álcool Preocupantes

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Estudo Revelador Descobre Álcool em Marcas de Pão

Um recente estudo conduzido pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) descobriu que várias marcas de pão de forma no Brasil contêm níveis elevados de álcool. Entre as 10 marcas analisadas, três apresentaram concentrações tão altas que poderiam fazer com que um consumidor reprovasse em um teste de bafômetro após ingerir apenas duas fatias.

Marcas Sob Alerta

As marcas Visconti, Bauducco e Wickbold 5 Zeros foram as mais preocupantes, com níveis de álcool superiores a 0,44g por porção de duas fatias, quantidade suficiente para violar as leis de trânsito brasileiras, segundo o Detran. Outras marcas, como Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve e Panco, também apresentaram teores de álcool significativos, que, em um cenário de regulamentação semelhante ao das bebidas alcoólicas, seriam consideradas alcoólicas.

Processos de Fabricação

O álcool nos pães de forma provém do processo de fermentação, onde açúcares são convertidos em álcool etílico e gases. Embora grande parte desse álcool evapore durante a cozedura, algumas empresas adicionam conservantes dissolvidos em álcool para prolongar a vida útil do produto, o que pode elevar os níveis de etanol no pão final.

Respostas e Medidas

Diante dessas descobertas, a Proteste encaminhou os resultados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recomendando a implementação de um limite máximo de álcool nos pães e a realização de fiscalizações mais rigorosas.

Henrique Lian, diretor executivo da Proteste, enfatizou a necessidade de transparência: “Muitos consumidores evitariam esses produtos se soubessem dos altos níveis de álcool presentes. Nossa campanha ‘Se tem Álcool, todo mundo tem direito de saber’ visa promover essa transparência.”

Respostas das Empresas

As empresas envolvidas, como a Pandurata Alimentos (responsável por Bauducco e Visconti), Panco e o Grupo Wickbold (detentor da marca Seven Boys), afirmaram seguir rigorosos padrões de segurança alimentar e legislações vigentes. No entanto, tanto Panco quanto Wickbold alegaram desconhecer a metodologia utilizada no estudo da Proteste e, portanto, não puderam comentar detalhadamente sobre os resultados.

A Proteste reforça a urgência de regulamentações claras e eficazes para garantir a segurança do consumidor, evitando que produtos com teores elevados de álcool passem despercebidos no mercado. A conscientização e a transparência são fundamentais para que os consumidores façam escolhas informadas e seguras.

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