Distrito Federal registra maior desigualdade de renda do país, mostra IBGE

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Dados de 2024 revelam disparidades raciais, queda no rendimento médio e forte concentração de renda mesmo com benefícios sociais

A nova edição da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta quarta-feira (3/12) pelo IBGE, confirma que o Distrito Federal segue como a unidade da Federação mais desigual do Brasil. O levantamento aponta que o índice de Gini local alcançou 0,547 em 2024, resultado superior à média nacional, de 0,504. Quanto mais próximo de 1 esse indicador se encontra, maior é a desigualdade na distribuição de renda — cenário em que o DF se destaca negativamente.

Quando considerados apenas os rendimentos sem a influência de programas sociais, a desigualdade cresce ainda mais: o índice sobe para 0,566, evidenciando uma concentração de renda ainda mais intensa. O resultado contrasta com o desempenho da Região Centro-Oeste, que registrou índice de Gini de 0,485 no mesmo ano.

As disparidades também aparecem de forma contundente nos recortes de raça e gênero. Em 2024, pessoas brancas ganharam, em média, 2,4 vezes mais que mulheres pretas ou pardas. Entre os grupos analisados, homens brancos lideram a renda mensal (R$ 7.757), enquanto mulheres pretas ou pardas ocupam a base da distribuição (R$ 3.170). Homens pretos ou pardos receberam em média R$ 4.210, e mulheres brancas, R$ 5.641 — números que evidenciam desigualdades estruturais persistentes.

O rendimento domiciliar per capita médio no DF ficou em R$ 3.281 em 2024, representando queda de 2,3% em comparação ao ano anterior. A pesquisa também aponta que 4,7% da população vivia com até um quarto de salário mínimo per capita e 16,3% com até meio salário mínimo. Embora ainda elevados, esses índices são menores do que os registrados em 2012, quando as proporções eram de 6,3% e 22,2%, respectivamente.

Outro dado que expõe desigualdades é o rendimento-hora da população ocupada. Em 2024, o valor médio foi de R$ 30,80, mas variou drasticamente conforme o nível de escolaridade: trabalhadores com ensino superior completo receberam, em média, R$ 51,60 por hora, enquanto aqueles sem instrução ou com fundamental incompleto receberam apenas R$ 13,60. Essa diferença reforça o peso da escolaridade na renda e ajuda a explicar parte da concentração de recursos no Distrito Federal.

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