O Brasil enfrenta atualmente uma fase de calor extremo, com previsões indicando uma onda de calor inédita para esta semana. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) anunciou um alerta de alto risco para 13 estados e o Distrito Federal, impactando mais de 1.100 cidades.
Este mês de novembro supera as temperaturas elevadas de setembro, indicando uma primavera anormalmente quente. O alerta vigora por um período mínimo de cinco dias, expirando na noite de quarta-feira (15), com possibilidade de prorrogação em algumas áreas. A expectativa é que o calor aumente ao longo da semana, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde as temperaturas podem variar entre 40°C e 45°C, marcando o pico mais quente de 2023 até o momento.
Recordes de temperatura pelo Brasil
O país já começa a registrar recordes de temperaturas elevadas. No último domingo (12), destacam-se as seguintes máximas:
- Araçuai (MG): 41,6°C
- Unai (MG): 41,6°C
- Paranaíba (MS): 40,4°C
- Arinos (MG): 40,3°C
- Cuiabá (MT): 40,3°C
- Padre Ricardo Remeter (MT): 40,0°C
Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná também atingiram marcas recordes para 2023, com sensações térmicas superando os 50°C.
Causas do calor intenso
Um bloqueio atmosférico é apontado como principal causador dessa onda de calor, resultando em tempo seco e ensolarado na maior parte do Brasil. De maneira mais ampla, as altas temperaturas em 2023 refletem os efeitos do El Niño, que eleva a temperatura média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, alterando padrões de ventos e elevando as temperaturas globais.
Outros fatores também contribuem para o aumento da frequência de eventos extremos, como o aquecimento global. Um estudo da World Weather Attribution (WWA) vincula as temperaturas elevadas no hemisfério norte durante junho e julho de 2023 às atividades humanas, enfatizando que tais condições seriam impossíveis sem a influência humana nas mudanças climáticas.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o aquecimento global está modificando padrões climáticos, levando a invernos mais suaves e tempestades mais intensas. Desde 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior, com ondas de calor sendo observadas mundialmente, sendo o Ártico uma das regiões mais afetadas.
Efeitos na saúde e precauções
As altas temperaturas podem afetar seriamente a saúde, principalmente de idosos e crianças abaixo de 5 anos. O calor excessivo pode levar à desidratação, desregulação cardiovascular, arritmias, pressão alta e até doenças como o câncer de pele. Recomenda-se a ingestão frequente de líquidos, a limitação de exercícios físicos intensos, a busca por sombra nas horas mais quentes do dia, e o uso de roupas leves e protetor solar.