Tadalafila: O Perigo Oculto do Uso como Pré-Treino

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Especialistas alertam sobre os riscos do uso indiscriminado do medicamento por frequentadores de academias

A tadalafila, amplamente utilizada no tratamento da disfunção erétil, tem sido adotada por frequentadores de academias que buscam aprimorar o desempenho físico. Contudo, especialistas alertam que essa prática não oferece vantagens comprovadas para os treinos e pode acarretar sérios riscos à saúde. O uso sem orientação médica pode resultar em complicações cardiovasculares e dependência psicológica.

Em janeiro de 2024, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) emitiu um alerta sobre os perigos do uso indiscriminado da tadalafila sem prescrição médica. Os efeitos colaterais mais comuns incluem dor de cabeça, indigestão, dores nas costas, rubor facial, congestão nasal e dores musculares. Em situações raras, podem ocorrer alterações na visão, audição ou nos batimentos cardíacos.

O urologista Tiago Mierzwa enfatiza que a tadalafila não é um suplemento destinado à prática esportiva e que não há evidências científicas que comprovem benefícios nesse contexto. Ele alerta que o uso sem supervisão médica pode desencadear efeitos adversos graves, como tonturas e problemas cardíacos. O nutricionista esportivo Isaac Nunes acrescenta que o impacto na vascularização corporal é mínimo e que o medicamento foi desenvolvido para uma função específica, não para melhorar o desempenho na academia.

O uso recreativo contínuo da tadalafila pode levar à dificuldade do organismo em produzir ereções naturais após a interrupção do medicamento, devido à dependência psicológica. Além disso, podem ocorrer ereções prolongadas e dolorosas, com potencial de causar danos permanentes ao pênis em casos extremos.

Estudos indicam que uma parcela significativa dos usuários de tadalafila com menos de 30 anos não apresenta disfunção erétil, utilizando o medicamento apenas para melhorar a disposição nos treinos. Pesquisas ressaltam que a automedicação com vasodilatadores como a tadalafila coloca em risco a integridade fisiológica, especialmente quando associada à atividade física.

O pesquisador em farmacologia Thiago de Melo esclarece que, embora a tadalafila promova vasodilatação ao potencializar a ação do óxido nítrico, seu efeito principal ocorre nos corpos cavernosos do pênis, não nos músculos esqueléticos. Ele alerta que a busca pelo corpo perfeito não deve obscurecer os riscos associados ao uso indiscriminado de substâncias como a tadalafila.

Em resumo, o uso da tadalafila como pré-treino não é recomendado devido à falta de evidências de benefícios e aos potenciais riscos à saúde. É fundamental que qualquer uso desse medicamento seja realizado sob orientação médica adequada.

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