Há doenças que gritam. E há aquelas que sussurram, até que o silêncio se rompe com uma fratura. A osteoporose pertence a esse segundo grupo — uma condição metabólica que corrói a estrutura do osso por dentro, sem alarde, até que a dor aparece quando já é tarde demais.
“O osso não é uma estrutura estática: é um tecido vivo, dinâmico, que se remodela constantemente. A osteoporose ocorre quando o equilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea se rompe — e o osso começa a perder densidade e microarquitetura”, explica o especialista em dor Dr. Carlos Gropen, fundador do Instituto Brasileiro de Dor (IBDOR).
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10 milhões de brasileiros vivem com osteoporose, uma condição que, globalmente, afetará uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima dos 50 anos. O dado mais assustador, porém, é outro: as complicações pós-fraturas — especialmente de quadril e coluna — estão associadas a mais de 200 mil mortes por ano no país.
“Muitas vezes o primeiro sinal da osteoporose é uma fratura — de punho, costela, fêmur ou coluna. Dói, mas o diagnóstico costuma vir depois, quando já há prejuízo funcional e perda de autonomia”, alerta Dr. Gropen.
Dor que chega tarde — mas não vai embora
A osteoporose é silenciosa até o primeiro colapso ósseo. Depois disso, começa outro tipo de dor: a dor crônica das deformidades vertebrais, das posturas compensatórias, do encurtamento muscular e da perda de mobilidade.
“A dor da osteoporose não vem apenas da fratura. Ela nasce também da deformidade, da alteração postural, da perda de equilíbrio e até da qualidade do sono”, acrescenta Dr. Gropen. “É uma dor que envelhece antes do tempo.”
A densitometria óssea, exame simples e indolor, continua sendo o padrão-ouro para o diagnóstico precoce. Mulheres a partir dos 50 anos e homens com fatores de risco devem realizá-lo regularmente.
O poder da prevenção.
Apesar de tudo, a osteoporose não é inevitável. Ela pode — e deve — ser prevenida. Alimentação adequada, exposição solar responsável e movimento: eis o tripé essencial.
“A prevenção é o melhor tratamento. O cálcio e a vitamina D são fundamentais, mas tão importante quanto é o estímulo mecânico do exercício físico. O osso responde ao movimento — e sem ele, atrofia-se. Quanto mais cedo o cuidado começa, menores as chances de um futuro doloroso”, conclui Dr. Gropen.
Entre o silêncio e o colapso, há espaço para a ação.
A osteoporose não é apenas uma questão de envelhecimento, mas de biologia e comportamento. Reconhecer isso é transformar o medo da fragilidade em uma oportunidade de fortalecimento. Porque, no fim, prevenir a osteoporose é preservar algo mais do que ossos: é preservar a autonomia, a postura e a dignidade do movimento humano. Serviço:
Clínica IBDOR
709 Sul – Centro Médico Julio Adnet
Fone: (61) 98408-4014
