O efeito do exercício físico regular e da dieta no controle da dor

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37% da população relata sofrer com dores persistentes, quadro que afeta o sono, a produtividade no trabalho e relacionamentos

A dor crônica é hoje um dos principais problemas de saúde pública no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas convivem com esse tipo de condição, que pode ser incapacitante e comprometer de forma significativa a qualidade de vida. No Brasil, levantamento da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) aponta que cerca de 37% da população relata sofrer com dores persistentes, quadro que afeta o sono, a produtividade no trabalho e inclusive os relacionamentos pessoais.

Nesse cenário, medidas não farmacológicas ganham cada vez mais destaque. Para o especialista em dor Dr. Carlos Gropen, o exercício físico regular e a alimentação equilibrada devem ser considerados pilares fundamentais no controle da dor.

“O exercício melhora a circulação, fortalece a musculatura e estimula a liberação de endorfinas, substâncias que promovem a sensação de bem-estar e funcionam como analgésicos naturais do organismo”, afirma.

Ele destaca ainda que não é preciso treinos intensos para obter benefícios. “Pequenas mudanças de rotina, como caminhar 30 minutos por dia, já produzem um impacto significativo na redução da dor. O importante é a regularidade, mais do que a intensidade.”

Estudos reforçam essa visão. Pesquisas publicadas no Journal of Pain mostram que pacientes com dor crônica que praticam atividade física regularmente apresentam uma redução média de 21% na intensidade da dor em comparação aos sedentários. Além disso, exercícios aeróbicos e de fortalecimento estão associados a uma melhora de até 25% na qualidade do sono, fator diretamente ligado ao controle da dor.

A dieta também exerce papel decisivo nesse processo. Segundo a Harvard Medical School, padrões alimentares ricos em frutas, verduras, grãos integrais, peixes e gorduras boas — como o azeite de oliva e o abacate — contribuem para reduzir processos inflamatórios em até 30%. Em contrapartida, o consumo excessivo de açúcares, frituras e alimentos ultraprocessados pode potencializar inflamações, intensificando os quadros dolorosos.

Para o Dr. Gropen, o ajuste alimentar é um complemento indispensável:
“Não existe fórmula mágica, mas escolhas diárias fazem diferença. Uma dieta equilibrada, com quantidades adequadas de proteínas e com redução de carboidratos ultraprocessados, tem poder anti-inflamatório e potencializa o efeito do exercício físico. É uma combinação que vai muito além da estética, trata-se de saúde e qualidade de vida.”

Ele conclui reforçando a importância da mudança de hábitos como parte do tratamento:
“O alinhamento entre movimento, treino muscular de resistência e força, aliado a uma nutrição saudável e personalizada, deve ser considerado essencial. Não se trata apenas de aliviar sintomas, mas de devolver autonomia e esperança a quem convive com a dor todos os dias.”

Clínica IBDOR
709 Sul – Centro Médico Julio Adnet
Fone: (61) 98408-4014

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