O Brasil está vivenciando sua terceira significativa onda de calor do ano, com o Distrito Federal enfrentando temperaturas potencialmente superiores a 40 graus pela primeira vez desde janeiro. A situação é exacerbada pela atual epidemia de dengue que afeta diversos estados e municípios.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que este período de calor extremo continue até a próxima terça-feira, dia 20, tendo emitido um alerta de “perigo” até sexta-feira, dia 15. Espera-se que cinco estados – Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – experimentem temperaturas até 5ºC acima do normal. Embora o Distrito Federal não esteja incluído neste alerta específico, ainda assim, prevê-se um aumento de até 3ºC acima dos habituais 30ºC, com um aviso adicional sobre chuvas intensas. Essa combinação de umidade e calor elevado cria condições ideais para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Recentemente, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulgou um boletim epidemiológico alarmante, com 109 fatalidades atribuídas à dengue desde o início do ano e mais de 140.780 casos prováveis registrados, além de 52 mortes ainda sob investigação. Em uma semana, houve um aumento de 31 mortes e quase 20.000 novos casos.
A nível nacional, a situação também é grave, com o Ministério da Saúde reportando até o momento 1.538.183 casos prováveis de dengue e 391 mortes, além de 854 casos fatais ainda sendo investigados. Notavelmente, mais da metade dos casos (55,5%) são em mulheres, com a faixa etária de 30 a 39 anos apresentando o maior número de infecções.
Minas Gerais é o estado com o maior número absoluto de casos prováveis (513.538), seguido por São Paulo (285.134), Paraná (149.134) e o Distrito Federal (140.780). Em termos de incidência por 100.000 habitantes, o Distrito Federal lidera, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná. Nove unidades federativas já declararam emergência em saúde pública, uma medida que permite um acesso mais fácil a recursos federais e acelera as iniciativas de combate à doença.
Os profissionais de saúde estão particularmente preocupados com o risco aumentado de desidratação, especialmente em pacientes com dengue, devido ao calor intenso. Crianças menores de cinco anos e idosos são particularmente vulneráveis devido à perda de líquidos e à diminuição da capacidade do corpo de reter água, respectivamente. Sintomas como sede intensa, boca seca, tonturas e fraqueza devem ser monitorados de perto. Para prevenir a desidratação grave, que pode levar a complicações como queda no nível de plaquetas e hemorragias, é crucial manter uma boa hidratação, recorrendo a frutas ricas em água e sais minerais, sucos naturais, água de coco e soro caseiro. Em casos de sinais de alerta, é imperativo procurar assistência médica imediatamente.