Donald Trump afirmou nesta semana que pode vir a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “em algum momento”, mas deixou claro que esse encontro não acontecerá agora. A declaração foi dada antes de sua viagem ao Texas, enquanto comentava a carta enviada ao governo brasileiro na qual impôs uma tarifa de 50% sobre produtos exportados ao mercado norte-americano. O Brasil foi o país mais afetado entre os 22 alvos da nova política tarifária anunciada por Trump, e as medidas passam a valer a partir de 1º de agosto.
Apesar de não fechar as portas para um diálogo com Lula, Trump reforçou sua admiração por Jair Bolsonaro, a quem classificou como um político honesto, bom negociador e querido pelo povo brasileiro. Ele ainda destacou que sabe reconhecer quem é corrupto e quem é decente. O ex-presidente dos EUA já havia sinalizado apoio explícito ao ex-mandatário brasileiro em outras ocasiões, e agora, em meio à escalada tarifária, voltou a defender seu aliado político.
A medida contra o Brasil faz parte de um pacote mais amplo de ações econômicas voltadas a pressionar países considerados desleais no comércio internacional. Trump tem ameaçado elevar tarifas para até 100% em alguns casos, principalmente em países do BRICS. O aço, alumínio e cobre estão entre os principais produtos brasileiros atingidos pelas sanções norte-americanas. A decisão, embora embalada por promessas futuras de negociação, reforça o tom agressivo da política externa de Trump, que prioriza interesses internos dos Estados Unidos mesmo à custa de aliados estratégicos na América Latina.