Em um início de ano marcado por tragédias, Tainara Kellen Mesquita da Silva, de 26 anos, e Diana Faria Lima, de 37 anos, foram brutalmente assassinadas por seus ex-companheiros. A primeira, Tainara, foi emboscada e morta com seis tiros pelo ex-marido, um colecionador e atirador esportivo com histórico de violência doméstica, na frente da filha de cinco anos. O crime ocorreu no Gama, onde o ex-marido se entregou à polícia no dia seguinte. A segunda vítima, Diana, foi encontrada estrangulada em sua casa em Ceilândia, também morta pelo ex-companheiro, que se entregou horas após o crime.
Estes casos ressaltam a problemática das medidas protetivas, que, apesar de serem uma ferramenta legal crucial na luta contra a violência doméstica, muitas vezes falham em sua eficácia. A falta de recursos adequados, a vontade política insuficiente e a baixa conscientização das vítimas sobre seus direitos contribuem para essa falha. Além disso, a possibilidade de retaliação violenta por parte dos agressores, a dependência emocional ou financeira das vítimas, e problemas estruturais mais amplos como a desigualdade de gênero são obstáculos adicionais.
Em resposta, o Governo do Distrito Federal (GDF) está investindo em iniciativas para combater a violência contra as mulheres. A governadora interina, Celina Leão, ressaltou a importância de tais medidas, incluindo o Plano Distrital de Combate à Violência e de Proteção à Mulher, que visa ampliar a rede de acolhimento e incentivar a emancipação econômica das mulheres. O plano inclui estratégias como campanhas educativas, palestras e a distribuição de materiais informativos, além do Programa Ressignificar, que foca na capacitação das forças de segurança em temas jurídicos e abordagens humanizadas para prevenir a violência contra as mulheres.