O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (1º), registrando um aumento de 1,43% e sendo cotado a R$ 5,734, o maior valor desde 21 de dezembro de 2021, quando estava a R$ 5,739. Essa valorização foi impulsionada por uma combinação de fatores geopolíticos e decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos.
Influência das Tensões no Oriente Médio
O agravamento dos conflitos no Oriente Médio contribuiu significativamente para a alta do dólar. Após a morte de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em um ataque em Teerã, Israel anunciou a morte de Mohammed Deif, chefe militar do grupo na Faixa de Gaza, em um bombardeio no mês passado. Esses eventos intensificaram as tensões na região, fazendo com que investidores buscassem ativos mais seguros como o dólar e o ouro.
Decisões dos Bancos Centrais
Além das tensões geopolíticas, as recentes decisões sobre as taxas de juros dos bancos centrais também tiveram impacto no mercado. O Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano e adotou um tom mais rígido, destacando a necessidade de maior vigilância diante das condições econômicas. As projeções de inflação do Copom foram ajustadas para 4,2% em 2024 e 3,6% em 2025.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa de referência entre 5,25% e 5,5%, mas indicou uma possível suavização na avaliação da inflação, sugerindo que o ciclo de afrouxamento monetário poderia começar em setembro.
Impacto na Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores brasileira teve uma queda de 0,20%, fechando aos 127.395 pontos, revertendo os ganhos iniciais da sessão. O recuo foi influenciado pelas quedas nas ações da Vale e da Petrobras. Em contrapartida, a Ambev subiu 1,38% após reportar um aumento de 10,2% no Ebitda ajustado no final de junho.
Perspectivas Econômicas
Economistas apontam que o real permanece vulnerável, mesmo com a possibilidade de cortes nos juros nos Estados Unidos. As incertezas internas e externas mantêm os investidores cautelosos, impactando negativamente o otimismo no mercado brasileiro. Em resumo, o aumento do dólar reflete tanto as tensões geopolíticas no Oriente Médio quanto as recentes decisões de política monetária, ilustrando um cenário econômico complexo.
