Nos últimos três meses, ao menos oito gatos foram encontrados mortos em um terreno baldio na Quadra 3, localizada próxima ao Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico. Cinco desses óbitos ocorreram somente em maio. Estimativas indicam que cerca de 30 felinos viviam ali há cerca de cinco anos, alimentados e acompanhados por moradores locais, com exames veterinários periódicos e castração para controle populacional .
As carcaças dos animais não apresentam sinais de ferimentos ou maus-tratos aparentes. Isso levou voluntários e condôminos a suspeitarem de envenenamento como possível causa da morte dos felinos . A protetora Paula Silva Nascimento, que monitorava os gatos, relatou que o dono do terreno chegou a remover os pontos de alimentação fornecidos pelos moradores e quebrou vasilhas e paletes usados para sustentar o espaço onde eles se alojavam: “Colocamos na área externa, e quebraram tudo: os paletes, as vasilhas” .
Os residentes da região estão apreensivos com a série de mortes e clamam por uma investigação mais profunda. As circunstâncias — ausência de traumas físicos e presença de múltiplos óbitos em curto período — reforçam a suspeita de possível ação criminosa envolvendo substâncias tóxicas.
O caso de Jardim Botânico se encaixa num contexto mais amplo de violência contra gatos no Distrito Federal. Em abril, levantamento feito pelo Metrópoles mostrou que os registros de maus-tratos a felinos cresceram de 55 casos em 2020 para 169 em 2024, um aumento de 207% . Apenas no início de 2025 (até 14 de abril), já haviam sido contabilizados 50 casos — quase igualando o total de todo o ano de 2020 .
A escalada de casos — que inclui desde envenenamento até mutilações e agressões violentas — mobilizou entidades de proteção animal e exige respostas do poder público. No episódio mais grave, um homem foi acusado de matar cerca de 20 gatos em 2024 e 2025, incluindo relatos de arremessos contra a parede e torturas registradas em áudios e depoimentos .
De acordo com moradores do Jardim Botânico, os gatos sempre conviviam pacificamente naquela área. Entretanto, com a intensificação das mortes, cresce a preocupação com a segurança dos animais e a impunidade diante desses crimes. Até o momento, não há confirmação oficial sobre a causa das mortes, mas a comunidade reforça a necessidade de investigação rigorosa pelas autoridades.
